19.12.08

# 127 croniquetas engraçadinhas

Caros,

como a partir de sábado e até o dia 5 de janeiro possivelmente estarei off line, deixo aqui parcas linhas, uma pequena polaroid reveillonística. Enjoy e boas festas!

Dezembro é mesmo o mês da festa, e são tantas que não conseguiremos comparecer em todas. Além disso, temos ainda que peregrinar para o muro das lamentações shoppínicas, coisa que ainda não fiz, mas pretendo até sexta, pois sábado a Madonna, não a de Munch com sua moldura de espermatozóides, vai preencher minha vã mente, teletransportando-me (juntamente com a minha princesa consorte) para um plano hedonista, onde o fluxo sonoro-visual será uma constante por dois dias, finalizando no domingo à noite, mais precisamente possivelmente nas primeiras horas de segunda.

Daí é só outra viagem estelar para Black Stream, onde pretendo passar a natividade entre os meus (os teus e os vossos ficarão para outra oportunidade). Tal Coluna Prestes do século 21 continuará depois que o último pedaço de tender com abacaxi for sorvido pelo cachorro da minha prima (são três, na verdade, o que demanda um senhor tender gigante), quando retornaremos à finada cidade-garoa para uma pequena parada para alimentar as possivelmente sedentas plantas de casa, ponto no qual zarparemos rumo ao sul em direção à aurora austral patagônica, espetáculo que infelizmente não presenciaremos, pois pararemos na deliciosa ilha de Florianópolis, sem antes passar pelas paisagens sub-aquáticas do lindo estado, e torcendo para que as barreiras terrestres tenham sido dizimadas, ou necessitaremos de diversos carros de bombeiro.

Pedi para Papai Noel este ano um ménage a quatre com Bjork, PJ Harvey e Tori Amos, mas infelizmente o bom velhinho me disse que eu não havia sido um bom menino nos últimos setecentos anos, e que tal regalia não me seria oferecida, eu que me contentasse com uma nova camiseta Hering preta. Ah, por que fui jogar aquele gato de cima da escada? Se eu soubesse dos desdobramentos tempo-espaciais...

No mais, deixo vocês em companhia de um refastelador texto de Andre Breton, que ilustra muito bem este tempo natalino:

"Cada dia nos traz, na ordem da confiança e da esperança depositadas, com raras exceções, generosamente demais nos seres, uma decepção nova que é preciso ter a coragem de admitir, ainda que fosse - por medida de higiene mental - para debitá-la na conta horrivelmente devedora da vida. Não tinha liberdade Duchamp de abandonar a partida que jogava, à vizinhança da guerra, por uma partida interminável de xadrez, que talvez dê uma idéia curiosa de uma inteligência contrária a servir mas também - sempre esse execrável Harrar - parecendo pesadamente afetada de ceticismo, na medida que se recusa a dizer por quê. Ainda menos convém perdoarmos ao sr. Ribemont-Dessaignes dar como sequência ao Imperador da China uma série de odiosos romancinhos de tipo policial, mesmo assinados: Dessaignes, nas quais ordinárias publicações cinematográficas. Inquieta-me, enfim, pensar que Picabia poderia estar em dias de renunciar a uma atitude de provação e raiva quase puras, que às vezes achamos difícil conciliar com a nossa, mas que, pelo menos em poesia e em pintura, sempre nos pareceu defender-se admiravelmente: "Aplicar-se a seu trabalho, trazer aí o ofício sublime, aristocrático, que nunca impediu a inspiração poética, e que, só ele, permite a uma obra atravessar os séculos e permanecer jovem... é preciso prestar atenção... é preciso cerrar fileiras e não querer agir sem lealdade entre conscienciosos... é preciso favorecer o desabrochar do ideal", etc. Até com pena da Bifur, onde estas linhas foram publicadas, quem fala assim é o Picabia que conhecemos?"

besos

nico

Um comentário:

Renata disse...

maridos, desejo a voces boas entradas em 2009! nos vemos no primeiro mega evento do próximo ano, que vem a ser o vosso aniversario. bjocas e divirtam-se em floripa!