10.10.08

# 98 Depois da tempestade

Caros amigos,

eu queria acradecer a todos que ontem embarcaram e me acompanharam nessa deliciosa e louca viagem que é a minha vida com o Kraftwerk. E também aos que, por um motivo ou por outro, não puderam ir (you know who you are).

É gratificante encontrar diversas pessoas que você não vê faz tanto tempo te dizendo: eu vim porque eu sabia que você estaria aqui! Isso depois de mais de 10 anos do primeiro show que vi do Kraftwerk.

Fica parecendo um almoço de domingo na casa da avó. Alguns primos você vê toda semana, mas sempre tem um sumido que reaparece...

Se a noite já prometia, com o set matador (as usual) do DJ Mau Mau, embalado com imagens do cineasta Dziga Vertov, ficou melhor ainda quando um distinto senhor de quase 60 anos, professor de sound design na Universidade de Berlin, blaser preto, camisa preta abotoada até o último botão, o mesmo cabelinho curto, talvez mais ralo na frente, apareceu. O que era para ser uma celebração a um ex-membro do Kraftwerk se tornou uma aula de modernidade. Com seu colega de universidade, o cabeludo (sim ainda existem cabeludos fora do universo do metal) Mathias Black, por pouco mais de uma hora e meia ele pulverizou tudo que eu imaginava ser a música eletrônica. Fantástico.

Ou como bem disse Sintetik ontem: depois de ver ao vivo o Kling Klang e o Cubase, nós vamos ver o funky boy, o cara que teve a coragem de dizer para o Kraftwerk que eles estavam no caminho errado. E resolveu trilhar o seu próprio. E ouso dizer que o que o Bartos faz hoje é o que o Kraftwerk deveria estar fazendo se eles realmente acreditassem na simbiose entre som e imagem, e não apenas insistissem em colocar um telão para explicar o que eles estão cantando. Ou seja: o Kraftwerk está morto. Viva Karl Bartos!

Eu tenho que confessar que fui ao show meio cético. Nunca gostei muito dos discos do Bartos. Sempre achei ele meio um pastiche de Kraftwerk. Ok, Communication é um puta disco, aliás, o elo perdido que o Kraftwerk deveria ter gravado décadas atrás, mas o som dele nunca teve pegada comigo. Mas ao vivo é OUTRA coisa. Realmente som+imagem, os dois com a mesma importância. Tudo junto formando uma terceira entidade.

Enfim, hoje ainda é ontem, e quem puder ir assistir aos shows de Porto Alegre e Brasília vá correndo!

E vamos esperar pelas cenas dos próximos capítulos. Agora so falta Wolfgang Flur.

besos

Nico
"Ouvindo Ultraviolet de ontem. Breve em um rapidshare perto de você"

Um comentário:

Fernanda disse...

Eu não fui, mas adorei o nick(o). hahahahahahaha
Beijos, te amo!